quinta-feira, 5 de julho de 2012

Lavar as mãos...como e quando?

O ato de lavar as mãos representa um modo usual como as pessoas asseguram a sua higiene. Nesse sentido, realizam comummente este salutar hábito quando efetuam algum movimento que suje as suas mãos e, na maior parte dos casos, quando utilizam os sanitários.

No entanto, lavar as mãos representa um simples hábito que, não só evidencia higiene pessoal e se reflete no estado de saúde geral do indivíduo, como se repercute também na higiene dos alimentos, razão pela qual o consumidor deve igualmente estar sensibilizado para lavar as mãos de uma forma cuidada e regular.
As mãos são, por excelência, a parte do corpo humano que mais interage com o meio ambiente circundante, sendo que a epiderme possui naturalmente uma flora bacteriana protetora (ex. staphylococcus aureus) que protege o organismo de agressões microbiológicas externas, para além de contribuir para a manutenção da temperatura corporal interna. Nesse sentido, deve pois existir um particular cuidado na higiene assídua das mãos, mas recorrendo fundamentalmente a sabonetes, ou outros produtos, de pH neutro e adequados para este efeito. Além disso, preferir água tépida representa a melhor opção para não ferir a camada lipídica que recobre a epiderme e não causar um desajuste na flora bacteriana, de carácter benéfico para o organismo.
A contaminação microbiológica extrínseca que pode alcançar as mãos, possível através da existência de patogénicos no meio ambiente, pode não oferecer risco de doença diretamente para o indivíduo, mas vir a comprometer seriamente o seu estado de saúde se alcançar um alimento que será ingerido. Esta situação é tanto mais grave quanto mais manipulado for o alimento, quanto mais arriscado for o binómio tempo/temperatura aplicado no respetivo processamento térmico e eventual posterior armazenamento, se tal vier a suceder. Existem diferentes estirpes de microorganismos que não apresentam patogeneicidade em contacto com a pele, mas uma vez alcançado o trato gastrointestinal, o dano para o consumidor pode ser severo, razão pela qual o processamento alimentar, desde a manipulação, confeção e armazenamento deve ser meticuloso, dado que qualquer destas etapas realizadas de modo deficiente poderá promover o crescimento microbiológico que as mãos do manipulador alimentar poderá ter induzido.
Assim, o consumidor deve ter presente que, no caso particular da manipulação alimentar, a higiene das mãos é primordial, pois poderá contribuir para promover o risco de contaminação cruzada dos víveres alimentares, através de causas externas ou, por outro lado, de alimentos entre si com distintas cargas microbianas adjacentes e de potencial risco para o consumidor.
Para uma lavagem efetiva das mãos, qualquer indivíduo deve assegurar os seguintes cuidados, com principal enfoque quando contacta com os alimentos:
  • manter as unhas curtas, e limpas, recorrendo frequentemente a uma pequena escova que facilite a limpeza durante processo de lavagem das mãos;
  • retirar qualquer acessório (ex. anéis, pulseiras) antes da lavagem das mãos para assegurar uma higiene mais eficaz e sempre que contacta com alimentos para evitar riscos de contaminação;
  • lavar bem as mãos focando as zonas interdigitais (zonas entre os dedos), os punhos e as costas das mãos, zona por vezes esquecida;
  • utilizar um sabonete neutro e água tépida corrente e por tempo suficientemente prolongado, capaz de remover das mãos a principal carga microbiológica externa o que deverá acontecer num segundo ensaboamento;
  • não utilizar toalhas ou panos já que representam um canal húmido onde se alojam frequentemente microrganismos e portanto um veículo que poderá comprometer a adequada higiene das mãos que tenha ocorrido. Nesse sentido, o papel representa a melhor opção;
  • lavar as mãos de modo frequente, ao longo do dia, e não apenas quando estas se encontram sujas. Realizar este ato antes de utilizar os sanitários e sempre depois, antes das refeições e da manipulação alimentar e sempre que se contacta com animais e indivíduos doentes, é fundamental para cumprir um bom plano de higiene diária.
O consumidor deve estar sensibilizado para a importância que a lavagem das mãos apresenta na qualidade da sua vida, enraizando sempre este hábito e transmitindo-o também a crianças e idosos que fazem parte dos conhecidos grupos de risco e onde este aspeto adquire importância exacerbada.
Salienta-se ainda que a utilização desmesurada de produtos à base de álcool ou outros produtos químicos germicidas não são recomendáveis na lavagem das mãos porque desequilibram o pH da pele e comprometem o papel protetor da flora bacteriana, e, consequentemente, agridem também o sistema imunitário do indivíduo.

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Autoria Equipa DOLCETA


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