quinta-feira, 10 de maio de 2012

Crianças, idosos, doentes ....cuidados alimentares redobrados!

A elaboração de pratos gastronómicos destinados a ser consumidor por indivíduos com imunidade comprometida poderão ser mais sensíveis a riscos que os alimentos possam veicular. As mulheres grávidas, os bebés e crianças, os idosos e pessoas doentes são grupos populacionais que merecem cuidados redobrados no que diz respeito à segurança microbiológica e nutricional...

Nos últimos anos, a alimentação tem sido alvo de arrojados estudos científicos, dada a correlação encontrada entre o estado de saúde de um indivíduo, o seu bem-estar atual e a necessidade de promover a qualidade da sua vida, no futuro.
Ao longo da sua vida, o consumidor vai registando diferentes momentos onde o seu organismo pode encontrar-se num estágio de saúde mais exigente pelo que apresenta especificidades nutricionais mais específicas, baseadas também na elevada vulnerabilidade que normalmente este período acarreta. Deste modo, na população encontram-se determinados grupos populacionais que requerem cuidados de saúde adicionais e onde a alimentação adquire um papel de extrema importância e responsabilidade razão pela qual familiares e profissionais de saúde envolvidos devem estar fortemente sensibilizados para esta temática.
Os grupos de risco encontrados podem ser de caráter pontual ou contínuo, dependendo de tipo de indivíduo:
· Mulher grávida: grupo de risco pontual. Dado que é através da placenta que a progenitora alimenta o seu bebé, em desenvolvimento na sua cavidade uterina, a mulher gestante deve possuir cuidados extraordinários na sua alimentação que assegure o ideal desenvolvimento do bebé e, por outro lado, protejam ambos de complicações do foro microbiológico e químico que podem despoletar o aparecimento de sequelas graves se ocorrerem ao longo deste sensível estágio;
· Crianças: grupo de risco pontual. Dado que os sistemas digestivo e imunitário se apresentam em desenvolvimento, a criança de tenra idade, e em particular as que testemunharam um nascimento prematuro, requerem cuidados na alimentação muito exigentes, face à restrita gama de alimentos que podem consumir bem como à elevada vulnerabilidade que o seu imaturo sistema imunitário evidencia exigindo pois rigorosos parâmetros de higiene alimentar;
· Indivíduo doente: grupo de risco pontual ou contínuo. Este grupo de risco pode manifestar-se em vários períodos ao longo da vida do consumidor, sendo que um diagnóstico médico de prevalência crónica (ex. diabetes, hipertenso, insuficiente renal, etc.) ou terminal (ex. doente oncológico, etc.) pode apresentar severos cuidados na alimentação e nas condições HACCP que contornam a sua aquisição, preparação, confeção e acondicionamento;
· Indivíduo com alergia alimentar: grupo de risco pontual ou contínuo dado que a alergia pode registar-se ao longo de um curto período de tempo ou, pelo contrário, pode apresentar-se para toda a vida (ex. doença celíaca). Apesar de se tratar de um tipo de patologia que disturba o ideal funcionamento metabólico, e portanto corresponde à evidência de uma doença, o consumidor com alergia alimentar sofre uma restrição específica, e por vezes austera, que o priva de comer determinados grupos de alimentos onde o componente alérgeno possa estar presente;
· Indivíduo idoso: grupo de risco pontual. A partir de determinado momento da vida, o organismo deixa de apresentar uma boa eficiência no processo digestivo (ex. redução de produção do enzima lactase e consequente privação do consumo de produtos lácteos) pelo que sofre uma re-estruturação no seu plano alimentar. Além disso, e em paralelo, registam-se outros problemas de saúde do indivíduo sénior (ex. doenças cardiovasculares, toma excessiva de fármacos, debilidade do sistema imunitário) que lhe exigem cuidados especiais na alimentação, e que, à semelhança dos grupos de risco anteriormente citados, a segurança alimentar requer também cuidados de higiene alimentar adicionais.
Assim, a alimentação encontra nestes nichos populacionais um exacerbado papel de responsabilidade que deve merecer, sobretudo nestes casos particulares, um consciencioso cuidado por parte das pessoas envolvidas desde os produtores de alimentos para estes grupos, bem como a família e os profissionais de saúde.

Leia também:

Coordenação nacional da responsabilidade de:
Prof. Doutora Clara Magalhães
Universidade de Aveiro / Campus Universitário de Santiago / PT 3810-193 Aveiro

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